ASMP Associação Sergipana do Ministério Público

O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado no dia 21 de março e em todo mundo são desenvolvidas atividades que envolvem pessoas com a Síndrome, seus familiares e a sociedade civil.

A data serve como um momento importante de discussão, debates e reflexão sobre a síndrome e os projetos e políticas públicas desenvolvidas pensando nessas pessoas.

O tema do ano de 2019 é “Ninguém fica para trás”. O objetivo é conscientizar não só as famílias das pessoas com Síndrome de Down, mas também a sociedade sobre o potencial de desenvolvimento de habilidades dessas pessoas e como elas podem assumir papéis importantes em casa, em empresas, espaços coletivos ou onde elas desejarem.

A Promotora de Justiça, Ana Galgane, é mãe de Alice de 14 anos e fala sobre os maiores desafios enfrentados. “O maior desafio ainda é a inclusão, é vencer o preconceito. O tema desse ano traz a discussão de quantas pessoas não tiveram oportunidades de desenvolver seus potenciais. Hoje ainda lutamos para que essas oportunidades sejam efetivamente oferecidas. Antigamente muitos pais se conformavam em mantê-los em casa, mas hoje, não. O paradigma mudou. É preciso que os pais e tutores busquem essa inclusão, mesmo ainda sendo tão difícil”.

Para ela uma outra questão importante é que a sociedade, além da família, acreditem nesse potencial. “Existe evolução, mas ainda é preciso avançar de tal forma, que um dia não seja necessário mais falar de inclusão e que todos nos enxerguemos com diferenças apenas como seres humanos, mas com igualdade de oportunidades”, pontuou.

Sobre o papel da família e como não limitar a criança, adolescente ou adulto com Síndrome, ela diz. “É importante não impor limitações, acreditar no potencial de cada ser humano, buscar a inserção nas escolas, trocar ideias com as instituições de ensino. Promover a saúde das pessoas com Síndrome de Down, sem a questão da superproteção e buscar quando jovem, inseri-lo no mercado de trabalho. É de extrema importância educar o filho em busca de uma vida autônoma, desde o nascimento, com terapias, por exemplo. Oferecendo tudo que ele tem direito para o seu pleno desenvolvimento. Esse é o caminho!”.

É o que ela busca para a filha Alice de 14 anos que está no nono ano , tem uma vida normal de uma adolescente e inclusive namora com Carlos Henrique há um ano e meio.

Sobre o tema “Ninguém fica para trás” ela reflete a Promotora questiona. “Quantas pessoas foram ficando para trás e hoje são adultos sem independência? Sem autonomia? Não sabem cuidar de si, de necessidades básicas, como tomar banho sozinho? Não frequentaram escolas e se o fizeram, a instituição não deu a devida atenção e hoje temos adultos que não sabem ler, não tem uma profissão? E sim! Eles tem capacidade. O tema é um apelo feito principalmente a família e concomitante a sociedade em geral. Não vamos deixar ninguém para trás! Não vamos nos acomodar. Precisamos buscar os meios para o aprendizado pleno. E isso não se resume as questões intelectuais e profissionais, mas de ter uma vida autônoma e assim resgatarmos pessoas inclusive adultas, que lá atrás não receberam o apoio necessário”, concluiu.

Na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que é um plano global de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, os países assumem o compromisso de que “ninguém fique pra trás”.

Infelizmente o Estado e a sociedade ainda desconhecem os desafios que os indivíduos enfrentam ao longo de suas vidas e não oferecem as oportunidades e ferramentas necessárias para apoiá-los para que desenvolvam todo seu potencial e vivam suas vidas com plenitude e dignidade. Lutar por isso e apoiar a causa é o que instituições fazem em todo mundo e é importante existir um dia especialmente dedicado a essa causa.

“Semana Síndrome de Down” levanta temas importantes a serem discutidos

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